David Zee,
oceanógrafo e diretor da Câmara Comunitária
"Nos
próximos 10 anos, em média, calculamos que o número
de pessoas que virão morar na Baixada de Jacarepaguá
é em torno de 50.000 pessoas/ano. Isto representa, a cada
ano que passa, aproximadamente 500 litros de esgoto por segundo
que serão lançados dentro das lagoas. Sem o emissário
funcionando, este esgoto será despejado no Canal da Joatinga
e poluir cada vez mais o mar. É bom as autoridades começarem
a pensar sobre isto.
Saneamento básico inclui coleta, tratamento e disposição
adequada do esgoto.
Podemos afirmar que 100% da região da Baixada de Jacarepaguá
não tem saneamento básico completo. O que temos
hoje é coleta em alguns pontos, coleta e tratamento apenas
prédios perto da praia da Barra e Recreio, que é
um decreto de lei e nenhuma disposição adequada.
As lagoas não são local para se dispor este esgoto,
mesmo tratado, pois o grande volume jogado não é
suportado. A única solução é o emissário
submarino, que vai lançar este esgoto no mar, a 5 km da
costa.
A paralização das obras durante um ano, como está
sendo ameaçada, representa 50.000 pessoas a mais. Isto
é uma coisa muito séria, porque já estamos
num ponto insuportável.
Apelamos ao novo Secretários de Saneamento e Recursos Hídricos,
Agostinho Guerreira e pedimos que ele viesse constatar in loco
o que está acontecendo."
Agostinho
Guerreiro, Secretário de Saneamento e Recursos Hídricos,
.
"Eu
cheguei há 30 e poucos dias na Secretaria de Saneamento
e estou impressionado com muitas coisas que encontrei do governo
passado, entre elas esta obra paralisada, que é tão
importante e prioritária para o nosso governo, parada em
alguns trechos. Aqui no píer, a obra está funcionando
por conta do diálogo que mantivemos com a construtora.
Encontramos o governo quebrado, temos uma dívida de R$1
bilhão e meio. As empreiteiras não recebem desde
dezembro do ano passado. Só com as empreiteiras, a dívida
será de R$ 80 milhões até o final da obra,
mas a dívida acumulada do que já está pronto
chega a R$15 milhões. Esta obra do emissário está
orçada em R$125 milhões, pelo valor da licitação.O
que estamos fazendo é sanear a situação do
governo e criando condições para fazer um entendimento
com as empresas para as obras não pararem. Até 31
de dezembro, é impossível recuperar um problema
que está acumulando há vários anos. Se ganharmos
as eleições, teremos a certeza da continuidade das
obras pelos próximos 4 anos".
Márcia
Hartung, advogada, conselheira da Câmara Comunitária
da Barra e moradora da Barra
"
O Ministério Público ingressou com duas ações
públicas nas varas federais, uma na 11ª e outra na
15ª, contra o Estado do Rio de Janeiro e contra a Cedae.
A Câmara Comunitária da Barra, que tem hoje como
um dos principais objetivos conseguir o saneamento da Barra, o
bem estar e a qualidade de vida da região, entrou como
assistente neste processo, para prestar todo o suporte que o Ministério
Público necessitar e para auxiliar no andamento destes
processos. O último pedido da Câmara Comunitária
foi o cronograma da obra, que ainda não foi entregue nos
processos. Estamos aguardando que o juiz despache a nossa petição".
Mário
Moscateli, biólogo.
"Quero
perguntar ao ex-governador Garotinho, candidato a presidente e
ao Sr. Luis Henrique Lima, candidato a senador, onde está
o dinheiro das obras do emissário. Da atual administração,
o que precisamos cobrar é um cronograma, para sabermos
se nestes escassos 6 meses com esta escassa verba que sobrou desta
"palhaçada" a governadora Benedita vai fazer
alguma coisa, para que a gente não fique se iludindo.
A minha forma de protesto é trazer um vaso sanitário
para a manifestação e apresentar a minha nova roupa
de praia, o "surfwear" do verão 2003, para que
possamos nadar no meio do cocô em toda a praia da Barra.
O que precisa ser privilegiado é o interesse público,
a qualidade de vida ambiental desta região. Se houver interesse
da União, do Município e do Estado, o dinheiro aparece.
Se tem dinheiro para salvar os bancos, também tem para
salvar as nossas lagoa".
Delair
Drumbosck, presidente da Câmara Comunitária da Barra
"
A parte terrestre das obras e a parte de assentamento de rede
de esgoto já estão desativadas. Nós queremos
que a Secretaria de Saneamento veja esta obra não apenas
como prioritária para a Barra da Tijuca, mas também
para o Rio de Janeiro.
Se a governadora Benedita não conseguir recursos para esta
obra nos meses que antecedem as eleições, perderá
também a grande oportunidade de fazer o maior marketing
político".
Kleber
Machado, diretor do Barra Alerta
"
Queremos lembrar que o governador Garotinho esteve conosco do
nos garantiu que a verba do FECAM estava carimbada e alocada para
esta obra. Este compromisso não foi cumprido".
Alaor Santiag, sanitarista
"Queremos
ter acesso ao cronograma financeiro e ao projeto da obra, pois
afinal de contas, o dinheiro é público e temos a
obrigação também de fiscalizar a aplicação
de nosso dinheiro".