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PALESTRA DE JÂNIO SAVOLDI NA CASA DE CULTURA ESTÁCIO DE SÁ

Alunos e amigos comemoram um ano de cursos sobre relacionamentos humanos.
A Casa de Cultura Estácio de Sá foi
o local escolhido pelo psicólogo e terapeuta
Jânio Savoldi para debater, no dia 4 de dezembro, às 20:00h, um dos temas mais polêmicos
e mais destacados das páginas dos noticiários
nos últimos meses: a sociedade perante
os episódios de terror e guerra
Após a palestra, o salão se transformou
num palco de dança, onde os alunos e
amigos se confraternizaram. Além do coquetel, Jânio brindou os convidados - mais de
300 - com o sorteio de CD de sua autoria
"O terapeuta em casa".

Abaixo, um resumo do tema da palestra, escrito com exclusividade para o PortalBarra.

Tragédia e utopia sob o olhar da espiritualidade

Falar da utopia e da tragédia, hoje, sob o olhar da espiritualidade é, antes de tudo, conscientizar-se na experiência da dramaticidade de nossos dias e tentar encontrar um sentido frente aos impactos do absurdo.
Diante dos acontecimentos atuais, não podemos ignorar ou fingir que os fatos, a vida e o ser humano não provocam uma reflexão. Mesmo porque a ignorância é a mãe de todos os males. E uma reflexão sem profundidade corrói toda a esperança e o sentido da vida.
A utopia bem compreendida é a força que nos impulsiona no dia a dia para construção de algo melhor, ser humano melhor, mundo melhor. Ela é um elemento da visão do ser humano e da sociedade que queremos. E é a visão do futuro que orienta nossas decisões e escolhas no presente. Mas, se não estiver alavancada numa análise da realidade, vira idealização, território de todas as manipulações.
A espiritualidade é uma dimensão do ser humano, que quer trabalhar a essência humana, fonte de ética. E a ética quer construir os caminhos para a melhoria contínua da realidade, exigindo uma habilidade educacional. Em seu nome, podemos rever todos os processos político, social, econômico, ideológico e religioso.
A ética e a espiritualidade fazem sentido quando estão a serviço da vida e de, no mínimo, da qualidade de vida. Diante delas, os fatos ganham a dimensão de horror ou de esperança.
O grande desafio do olhar da espiritualidade é encontrar um sentido em frente ao fato trágico. E o sentido não está no trágico, mas na capacidade de, apesar do trágico a vida ir em frente. Com uma utopia capaz de reverter a tragédia.
Na espiritualidade, a tragédia é uma denúncia ética provocadora de análise e mobilizadora do desafio para acertar, apesar do erro. É a força que mantém a esperança na aparente desesperança. Da utopia como alavanca de um mundo melhor, apesar da desgraça. Ela não se vincula ao trágico, mas à vida. É a força que mobiliza a capacidade de transcender. De não apostar na falência do projeto humano na terra. Inspira a reflexão e a reorientação. E só como doença proporciona a tragédia. O espírito doente é fanático. O espírito prisioneiro é ideológico. O espírito livre é capaz de construir a conveniência.
Qual é o lugar onde se promove a convivência? A rotina. A rotina na família, no bairro, no município, no país. Melhorando pessoas e instituições. A força é a utopia capaz de inspirar competências e talentos. Ela deve ser posta em prática para não ser fantasia e engano.
Desperta em nós no que temos de melhor e nos acorda diante do horror.
Se não, vira idealização e coloca o ser humano refém de ideologias e fanatismos numa manipulação que produz o absurdo.
O mundo globalizado só pode ser melhor pela conveniência multi-cultural. Capacidade que nasce na neutralidade comunitária e que tem sua fonte na espiritualidade e como gerente do bem viver, o bom senso.
A tragédia, mãe da destruição, tem como pais à ignorância e as idealizações. Virtualidades mentais que não constroem a relação profunda com a essência humana, com a natureza, com a história humana e com a busca de sentido do universo em que vivemos. Não se relaciona com a realidade.
E toda morte eclode como violência e morte até mesmo em nome de projetos de alto valor, mas que são a objetivação da doença do espírito, levando ao fanatismo e da mente, levando à ideologização.
Romper com a tragédia cotidiana na história é investir na conveniência. Investir em mecanismos de inteligência coletiva para impedir que a mal se institucionalize.
E para a promoção permanente da motivação para o mundo melhor se requer uma utopia, capaz de apontar o caminho, sabedoria para encontrar e fazer o caminho com gestão de todo o conhecimento e tecnologia a favor da vida e não da morte. Uma experiência que merece o repúdio ético: a morte provocada!
O controle e promoção do viver melhor passam pela negociação pessoal e coletiva e não pela construção da tecnologia da morte.
Sob o olhar da espiritualidade, a tragédia e a utopia são dois lados para sinalizar o mesmo caminho: a necessidade de um aprendizado radical do caminho a ser banido, superado e destruído. A utopia é a sinalização do caminho a ser construído. O lugar é a rotina. A transformação é pessoal e coletiva. A potencialização é mais sabedoria e convivência, onde o outro não é ameaça, meu inimigo é o diferente para construir diálogo de proximidade e respeito. Superando a ilusão do paraíso idealizado. Para construir uma realidade melhor. E a realidade é possível estratégia da evolução humana. Melhorar a pessoa que somos e a habilidade e competência para frustrar o desejo de destruição de quem ainda não se humanizou suficientemente.
A espiritualidade tem modelos de seres humanos históricos e reais como Lao Tsé, Jesus Cristo, Buda, Einstein, Gandhi, São Francisco de Assis, Chico Xavier. Não é idealização e nem é força aprisionada por sistemas. E o horror também tem seus modelos. A escolha é pessoal por comprometimento e coletiva para efetivação de um projeto de humanidade.
E temos na história, ao analisar a cultura comunitária, fonte de solução dos impasses atuais, um laboratório inspirador para o futuro.

JANIO SAVOLDI

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