ZAGALLO

Nome Completo Mário Jorge Lobo Zagallo , nascido em Alagoas, 71 anos.

Títulos como jogador:
Campeonato Carioca - 1953 - Flamengo
Campeonato Carioca - 1953 - Flamengo
Campeonato Carioca - 1955 - Flamengo
Copa do Mundo - 1958 - Brasil
Campeonato Carioca - 1961 - Botafogo
Campeonato Carioca - 1962 - Botafogo
Torneio Rio-São Paulo - 1962 - Botafogo
Copa do Mundo - 1962 - Brasil
Carreira Flamengo: 1950 - 1958
Botafogo: 1958 - 1965
Títulos como treinador
Campeonato Carioca - 1967 - Botafogo
Taça Brasil 1969 - Botafogo
Copa do Mundo - 1970 - Brasil
Campeonato Carioca - 1971 - Fluminense
Campeonato Carioca - 1972 - Flamengo
Copa do Golfo - 1976 - Kuwait
Campeonato Nacional da Aráb]ia Saudita- 1979 - El Helal
Copa do Mundo - 1994 - Brasil (Coordenador técnico)
Campeonato Carioca - 2001 - Flamengo
Copa dos campeões 2001 - Flamengo

PortalBARRA: Quais são as chances do Brasil nesta Copa do Mundo?

Zagallo:
Na primeira fase, o Brasil foi favorecido no sorteio, pois vai jogar contra a Turquia, China e Costa Rica, que são equipes consideradas fracas.
Neste período das eliminatórias, tivemos 4 técnicos e isto tudo atrasou a nossa Seleção. A nossa sorte é que o Brasil pode crescer dentro destes 3 jogos iniciais. As outras chaves estão fortes, como o aquele em que estão incluídas a Inglaterra, Argentina e Suécia.

PortalBARRA: Qual vai ser o grande nome da Copa?

Zagallo:
Futebol é loteria. Podemos citar o Zidani na França, o Owen na Inglaterra e no Brasil temos o Ronaldinho Gaúcho e o próprio Ronaldo, que está na fase de recuperação, temos o Figo em Portugal. Podem chegar a ser estrelas em uma Copa do Mundo. Antes, é só palpite.


PortalBARRA: Qual será o adversário mais difícil para o Brasil?

Zagallo:
Como não sabemos quem iremos enfrentar na segunda fase, não dá para responder agora. Mas enfrentar Inglaterra ou Argentina será bem diferente do que enfrentar os 3 primeiros adversários .

PortalBARRA: O que você achou da tática do Felipão de 3-5-2?

Zagallo:
Particularmente, sou contra. Defendo a base da estrutura do futebol brasileiro. Conquistamos os títulos de 58, 62, 70 e 94 jogando dentro de 4-3-3, do 4-4-2, com 4 atrás na zaga. O sistema do 3-5-2 é com o líbero e o próprio futebol brasileiro não está acostumado a jogar desta maneira. Na própria Europa, onde começou o 3-5-2, a maioria já está mudando para o 4-4-2 e o Brasil está invertendo as coisas. Isto não quer dizer que não possamos ser campeões do mundo dentro deste esquema, apenas estou dizendo que prefiro o 4-4-2.

PortalBARRA: O Felipão pode mudar de tática durante a Copa...

Zagallo:
Algumas vezes ele joga no 4-4-2. O problema é o curto tempo em que a Seleção Brasileira não repetiu um jogo sequer com a mesma formação. Estamos próximos a jogar contra a Seleção da Catalunha e tem jogadores que estão chegando da Europa na véspera do jogo. Isto está atrasando cada vez mais a Seleção. Pelo que está sendo publicado, ele vai jogar no 4-4-2. Ora, se a idéia dele é 3-5-2 e ele vai começar no 4-4-2, está errado. Ele tem que partir com os elementos que estão na Seleção e começar com o 3-5-2, se é este o esquema que ele quer adotar, a não ser que ele mude de opinião.

PortalBARRA: Sua opinião já foi divulgada na imprensa?

Zagallo:
Estou escrevendo uma coluna no jornal O Globo, vou falar sobre o futebol na Jovem Pan e vou dizer aquilo que eu vejo e que sinto, mesmo tendo os laços de amizade que tenho com ele

PortalBARRA: Em toda a sua carreira, qual foi a sua maior vitória?

Zagallo:
Vou destacar duas Copas do Mundo: a de 58, que foi a primeira do Brasil, onde participei fazendo o quarto gol no jogo contra a Suécia e Copa de 70, onde como técnico da Seleção, conseguimos o Tri Campeonato. Claro que as outras também marcaram, foram conquistas mundiais, a gente não esquece.


PortalBARRA: E o pior momento de sua carreira?

Zagallo:
Foi nas Olimpíadas, onde tínhamos tudo para trazer a medalha de ouro e ficamos com a de bronze. Isto marcou pelas circunstâncias. Estávamos ganhando de 3 a 1 contra a Nigéria, fomos perder este jogo quando faltava apenas 12 minutos para acabar o jogo. Isto não tem explicação, dificilmente acontece no futebol.

PortalBARRA: Porque o futebol carioca está em uma fase tão ruim?

Zagallo: Fica difícil falar hoje sobre o futebol carioca. Nenhum clube carioca se classificou para as disputas finais, o que mostra que estamos fraquísimos. Relaciono isto ao problema financeiro, porque o futebol brasileiro está praticamente falido. No Rio, as coisas estão piores, porque o pagamento dos jogadores está atrasado. Comandar jogadores que estão sem receber é complicado. O enfraquecimento teve como causa a venda de jogadores de capacidade técnica maior para o exterior, como é o caso do Flamengo, que está numa situação crítica.O Botafogo e o Fluminense não estão com boa equipe, o Vasco, que estava melhor, não se classificou.


PortalBARRA: Que conselho você daria para o jogador que vai disputar a Copa do Mundo pela primeira vez?

Zagallo: O jogador que nunca participou hoje é diferente da minha época, porque eu excursionava muito pelo exterior. Isto trazia mais tranqüilidade quando fosse participar de campeonatos internacionais. A estréia de qualquer jogador é sempre nervosa. A nossa vantagem é que muitos jogadores que saíram para o exterior estão na Seleção e tem uma tarimba maior para enfrentar os times europeus. A estréia depende do momento e da cabeça de cada um. Eu também tive o meu momento de estréia e me superei. A ansiedade e a expectativa de começar um jogo passa depois


PortalBARRA: Atualmente, temos observado que no futebol brasileiro, equipes menos expressivas estão chegando em fases finais de campeonatos importantes, como , por exemplo, o Brasiliense e o São Caetano. O que prevalece hoje: a tática ou a técnica?

Zagallo: A tática e a técnica juntas representam um todo, mas são coisas distintas. Técnica é a individualidade de cada um. A tática é o plano adotado dentro do sistema de trabalho para a equipe que se dirige. Quanto mais capacidade técnica se conseguir dentro de campo com os jogadores dentro do planejamento tático, vai haver uma evolução, melhor ou pior, dependendo da qualidade técnica. Mas o futebol é uma caixinha de surpresas. O São Caetano e o Brasiliense, que são dois times de pequeno porte, chegaram à disputa final de uma competição. Mas são coisas esporádicas. Isto é bom para demonstrar que, muitas vezes, mesmo sem a parte financeira, dá para alcançar o sucesso, como é o caso do Brasiliense, que foi um acaso. O goleiro deles era o quarto goleiro do Flamengo. O Anderson era um meio campo emprestado que vinha e retornava, porque não tinha vez no Flamengo. O Jackson é um garoto que veio dos Juniores e não tinha como subir naquele momento. Neste momento, mesmo não tendo um alto nível técnico, as peças foram se encaixando e a equipe foi ganhando uma moral. Já o São Caetano tem uma situação melhor para fazer uma equipe mais forte, pois já está há dois anos com o mesmo técnico e o futebol praticado é muito bem desenvolvido, o que fez com que ele crescesse. Se o clube não conseguir manter estes jogadores, vai acabar afundando novamente. Como os grandes clubes estão fracos porque os seus melhores jogadores saíram, os pequenos estão chegando perto por conta deste enfraquecimento. É o menos ruim...


PortalBARRA: Como morador da Barra, qual é o maior problema do bairro?

Zagallo: Moro aqui no Atlântico Sul desde 1971. Mas antes disto eu tinha uma casa de veraneio aqui na Sernambetiba. Mas na minha juventude eu vinha jogar na areia onde hoje é o deck no final da praia da Barra. A Avenida Olegário Maciel era uma faixa de terra.
Hoje, a Barra é uma cidade, inteiramente independente, tem até o Fórum. Mas aqui, todos dependem do carro, bem diferente da zona sul que dá para fazer tudo a pé. Aqui tudo é perto de carro.


PortalBARRA: Você tem sentido o clima de insegurança na Barra, com relação aos assaltos e roubos de carros?

Zagallo: O meu filho foi assaltado há 15 dias na Ponte Lúcio Costa. Ele foi interceptado por 3 homens armados, que levaram o carro dele. O problema da segurança está em toda a cidade. Por ter vias mais fáceis de fugir com carro roubado, a Barra está mais visada. Mas nem por causa disso o bairro deixa de ser o melhor lugar do Rio para se viver.

 
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