A
IMPORTÂNCIA DA ESCOLHA
"Uma
criança tentando testar o seu mestre preparou-lhe
uma cilada. Apanhou um filhote de ave e prendeu-o em
suas mãos. Planejava confundir o seu professor
perguntando-lhe se a ave estaria viva ou morta. Se o
professor respondesse que estava morta ele a soltaria;
se respondesse que estava viva ele a apertaria até
matá-la e, assim, provaria que o professor estava
em erro. No entanto, o Mestre lhe respondeu: "
A vida desse filhote está em suas mãos".
Essa
pequenina fábula traz reflexões importantes
para os educadores. É muito importante a lição
de liberdade, mas com responsabilidade. A criança
precisa desenvolver, desde a mais tenra idade, a certeza
de que as suas escolhas, por pequeninas que sejam, têm
conseqüências para a sua própria vida.
Existem pais que "sufocam" os filhos com excesso
de protecionismo. Transferem todo o medo que têm
da vida para as crianças. Esse tipo de educador
não conseguiria esperar a escolha da criança
correria para balançar a sua mão a fim
de libertar a ave. E, depois diria vitorioso: "Não
faça mais isso. Coitado do bichinho!"
Com essa atitude a criança poderia entender que
o seu gesto foi de pura maldade. E, na verdade, foi
um gesto inteligente, onde ele precisaria ser esclarecido
que se escolhesse matar a ave jamais poderia fazer outra
igual e se a soltasse poderia vê-la crescer. Não
se pode perder a oportunidade de demonstrar à
criança a conseqüência do seu ato
sem rotulá-la de má ou irresponsável.
Na escola de Pestalozzi, na Suíça, ele
abraçava e acariciava a criança antes
de repreendê-la por um erro. Segundo Pestalozzi,
a ignorância não pode ser punida. No que
concordamos inteiramente. A punição deverá
ser, sempre, seguida de explicação e esclarecimentos,
mesmo que a criança tenha tido conhecimento de
causa, ou seja, tenha errado de propósito, o
que é raro. Sugerimos, então, a privação
de uma recompensa e nunca atos de violência. E
deve, também, ser proporcional à falta
cometida. Muitos pais e educadores exageram na dose
do "remédio amargo". Por estarem, muitas
vezes, infelizes tentam descontar na criança
as suas frustrações. Isso é covardia!
Adverte, ainda mais, que se a criança não
entender porque está sendo penalizada, ela continuará
no erro e o que é pior com o coração
cheio de revolta e dor.
Todos nós nascemos com o potencial da justiça
em nosso mundo psíquico, isto representa dizer
que se a criança entender que se equivocou ela
aceitará ser repreendida e desenvolverá
o senso de equilíbrio ao ser penalizada pelo
adulto.
Educar dá muito trabalho! Ensine à sua
criança a ser responsável. Demonstre-lhe,
com provas, que a vida devolve com amor todo ato de
amor que praticamos e que devolve com a dor as escolhas
infelizes que fazemos. Ensine-lhe que o mundo é
bom e vale à pena viver. Na verdade só
existe o bem, o mal é uma negação
transitória do bem. Um dia,quando estivermos
todos educados,o mal não existirá mais
na Terra. É a lei sábia e amorosa de Deus:
"A cada um será dado, segundo as suas obras
(Jesus)."
Leila Silva Brandão
Autora do Livro "Manual para Professores e Pais
de Primeira Viagem"
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